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CONSEGUE IMAGINAR TODA A SUA FAMÍLIA MORANDO SOB UM MESMO TETO(filhos,nora,netos)?

Atualizado: 16 de abr. de 2023


Pois é esta experiência que vou relatar. Em 2020,quando repentinamente nos vimos mergulhados em uma pandemia, em que ninguém, nem cientistas e nem governantes sabiam qual a melhor medida a ser tomada e qual seria a extensão das consequências, vi a minha família mergulhada em inúmeros problemas: sem escola para as crianças, medo de serem contaminados e problemas financeiros, gerado pela impossibilidade de realizar trabalho.

A angústia, o medo e o sentimento matriarcal tomaram conta de meu ser. Como um passe de mágica, adquirimos um sítio e, todos, os nove membros de minha família mudaram-se para ele e passaram a compartilhar tudo e a conviver em todos os momentos, como uma “grande família” e sob o mesmo comando, a dos anfitriões, vovô e vovó.

Inicialmente tudo era desafiador e tranquilizador, pois todos encontravam-se em segurança e afastados do centro urbano, onde o risco de contaminação pelo COVID19 era maior. Após algumas semanas, a rotina foi se estabelecendo e a euforia da novidade foi dando espaço para a consciência das diferenças, na forma de ser, na forma de educar, nos gostos alimentares. Mas, mesmo assim, posso dizer que por um ano e oito meses a convivência foi harmônica e educativa, tanto para os adultos como para as crianças.

Todos tiveram que praticar a empatia, antes de tomar qualquer atitude, para isso colocamos em prática algumas regras comuns, que deveriam permanecer em todos os lares: uma reunião semanal para ajustar os aspectos conflitantes e o momento da “igreja no lar”, quando era lida a bíblia e realizado o momento de orações.

Hoje, passada esta experiência do retorno dos filhos para casa, com suas respectivas famílias, fico analisando quais foram as aprendizagens e qual a imagem que ficou deste período, como mãe, como avó e como educadora.

Como mãe, foi possível perceber que, o principal ensinamento que consegui com minha família, foi o fortalecimento da importância do amor e da doação, por aqueles que nos são caros e, como mesmo depois de adultos ainda podemos auxiliar nossos filhos, corrigindo alguns comportamentos e atitudes que lhes tragam algum desconforto.Com as crianças, com as quais fiz o papel de mãe, enquanto as verdadeiras, se afastavam para o trabalho em suas profissões, fica a certeza que os ensinamentos na idade de 2 a 3 anos é fundamental para a formação do caráter e da personalidade do ser humano. Por isso, é importantíssimo que os pais, participem ativamente das escolas de educação infantil, conferindo não só as atividades propostas, mas principalmente como os valores morais e sociais são desenvolvidos pelos professores. Lembrar que este é o melhor momento para trabalhar fundamentos do respeito ao outro, o compartilhar, os hábitos de higiene, o evitar a violência.

Como avó, só ficaram marcas positivas, pois pude exercer minha “corugisse” de forma muito intensa. Fazendo a comida que cada neto gostava e bolo de chocolate para o lanche; auxiliando as maiores (de 9 e 13 anos) nas aulas online; contando muitas histórias para dormir o soninho do meio-dia; organizando piquenique para tornar as tardes mais agradáveis; tomando banho no rio e na piscina, etc;

Sem dúvida, houve dias em que a rotina era pesada, que a tomada de consciência de certos erros cometidos na condução de minha vida me deixavam

mais reflexiva. Havia momentos em que relembrava atitudes que afetaram a formação profissional e o sucesso de alguns aspectos da vida dos filhos, que apenas com a experiência dos anos passados que tomamos consciência.

Como educadora, só pude fortalecer os conhecimentos já adquiridos nas escolas e na prática da psicopedagogia, pois pude acompanhar todo o desenvolvimento das crianças que tinham dois aninhos. Participar diuturnamente de ações para as aprendizagens da fala, da coordenação motora, do compartilhar os brinquedos, da independência na alimentação, provou que o estímulo constante, que oportunizar diferentes brinquedos, permitir a criatividade na areia e que a participação na fabricação de alimentos, como pães e bolachas, é a chave para crianças com habilidades e capacidades muito desenvolvidas, proporcionando ,com certeza, maior facilidade para as aprendizagens que virão

Compartilhei esta experiência com o objetivo de mostrar que é possível enfrentar momentos de conflitos ou perturbações sociais, com coragem e com amor, preservando e revitalizando valores familiares e reescrevendo a própria história e de seus descendentes, influenciando assim mudanças significativas na sociedade.





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