..."Ando devagar porque já tive pressa"... É bem assim... Chega um momento que o andar torna- se mais lento, os passos mais curtos, o olhar mais longo, as palavras, estas não são ditas, calamos.
A pressa perdeu-se na longa estrada, a certeza transformou-se em dúvida
e o horizonte ampliou a distância.
São tantas as mudanças, tempos, pessoas, histórias, convicções... Verdades que, ironicamente, são destruídas, sonhos desfeitos. Então caminhamos
a passos curtos, observando as pedras do caminho, as curvas, as mensagens deixadas nas entrelinhas do dia a dia.
Sem dúvida , já tive mui, ta pressa. Percorri caminhos sem olhar sua beleza. Mirei o mar sem perceber a imponência das ondas, caminhei na praia sem olhar as pegadas que deixava. Falei poesia sem admirar a perfeição da rima. Vivi a alegria sem sorrir, chorei, desconhecendo a importância da lágrima.
O tempo vai se reconstituindo em cada amanhecer....Esquecemos de admirar a beleza da noite, ignoramos o brilho das estrelas e só nos queixamos da escuridão. Quando dia, reclamamos do calor e do brilho do sol...Novamente perdemos a oportunidade de admirar o brilho de seus raios.
Assim vamos deixando os anos passar... Com pressa, afinal o amanhã nos espera, os compromissos são inúmeros.
A família muda, os amigos partem com os olhos nublados e passos trôpegos diminuímos o ritmo.
Percebo agora que hoje ando devagar, buscando o ontem, porque já tive muita pressa...
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