RELEITURAS
- Neusa Andreatta
- 29 de jun. de 2023
- 1 min de leitura

.. Lentamente a chuva começou...Pequenos pingos tamborilando no telhado, fazendo música, escrevendo poemas... E, lentamente, a água rolou, correu na sarjeta, deixando um rastro de pedras lavadas, parecendo vida em branco, sem história. Tempo apagado.
Estática parei! A chuva caía sem trégua, rolava na rua, e eu revia uma lista de fatos e fotos, de dias, de anos...Nomes sem rosto, imagens sem nomes. O momento se transformou numa mistura de presente e passado... Os sons, não sei se eram criados pelo ruído das gotas no telhado, pelo sibilar do vento, pelas lembranças ... Ou alguma música que fez história...
Como saber quando a saudade se faz vida? Quando o ontem é novamente hoje? Quando o instante parece horas?
... E aquela lista de tantos acontecimentos? Vozes que se confundem...
Aos poucos a chuva cessa... Os olhos, turvos e nublados também secam, as lágrimas não caem... Tudo volta a ser como era. O presente retorna . A realidade, embora não tão colorida, toma seu espaço. É hora de sorrir, de erguer os ombros, de estender o olhar e acreditar no futuro.
A chuva regou a semente que germinou... O campo floresceu...
A lista, amarelecida de saudade, foi guardada na gaveta do tempo!
Ainda há esperança, pois, quem sabe a lista guardada na gaveta do passado, seja transformada em lição para o futuro!
A construção depende de como colocarmos as pedras que pareciam obstáculos.
A beleza é harmonia da obra está em nossas mãos!
Comments