SERÁ QUE NA MINHA FAMÍLIA TEM ALGUÉM QUE ESTÁ SOFRENDO DO ALCOOLISMO?
- Neide Andretta Motyczka
- 11 de abr. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de abr. de 2023
Se você nunca se perguntou sobre isso e, tens convivido com alguém que só sai da festa no finalzinho ou tem criado situações de jantares e /ou reuniões para poder ingerir álcool, você possivelmente estás frente a um alcoólatra.
Por experiência de convivência com o alcoolismo, posso te afirmar que é difícil perceber o grau de dependência de nosso familiar. Primeiro surge aquela dúvida incômoda: será que está bebendo compulsivamente? Quando a dúvida passa a ser uma certeza, têm-se que admitir que temos um grande problema, que é auxiliar nosso familiar para ele admitir a sua dependência.
Esta aceitação do dependente, na minha experiência, foram dois anos de estudo, de brigas, de afastamento de ambientes sociais e combinações desfeitas. Para vencer este primeiro passo de recuperação do alcoólatra, que é admitir que é impotente perante o álcool, é necessário muita paciência e persistência
Quantas vezes me perguntei: Por que ?
Alcoolismo é uma doença adquirida através do contato constante com o álcool. Segundo a OMS(organização mundial da saúde) é uma doença crônica capaz de levar o paciente a outras complicações, como cirrose e hepatite. Entre inúmeros fatores para o o desenvolvimento da doença, o principal é a quantidade e frequência de uso do álcool, a condição de saúde do indivíduo e fatores genéticos, psicossociais e ambientais.
Como perceber se está diante de um caso de alcoolismo?
Se você perceber no familiar, o forte desejo de beber, dificuldade de controlar o consumo (não conseguir parar de beber depois de ter começado), uso continuado apesar das consequências negativas, maior prioridade dada ao uso da substância em detrimento de outras atividades e obrigações, aumento da tolerância (necessidade de doses maiores de álcool para atingir o mesmo efeito obtido com doses anteriormente inferiores ou efeito cada vez menor com uma mesma dose da substância) e por vezes um estado de abstinência física (sintomas como sudorese, tremores e ansiedade quando a pessoa está sem o álcool).
O que pode ser feito pelo familiar?
A primeira atitude que deve ser tomada é participar do AA(alcóolicos anônimos),procurando levar junto o dependente. Caso o doente não queira ir, o membro da família deve ir sozinho para entender o processo da doença e criar alternativas de como poderá ajudá-lo.
Na minha experiência só o AA não foi suficiente para a conscientização. Foi necessária a internação em uma clínica. Sem dúvida, isto aconteceu por "livre e espancada vontade"(força de expressão). Ninguém vai para uma clínica para dependentes como uma escolha, mas como sendo a única saída possível para se manter no ambiente de convivência, seja a casa dos pais ou sua própria casa.
A recuperação começa na clínica ou no AA, mas a luta se prolongará pelo resto da vida, pois o doente será sempre um alcóolatra em recuperação.

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