VEJA COMO ENTENDER ESTA FASE.
Quando nos damos por conta, nossos bebês cresceram. Não temos mais aquelas preocupações com comidas, perigos simples no brincar, ensinamentos como lavar as mãos e como escovar os dentes e muitos outros. Porém, repentinamente, nossos filhos já não estão mais presentes no ambiente de convivo diário, como a sala ou a área de alimentação da família. Neste momento inicia-se uma fase difícil para os pais e, não menos difícil para os filhos, agora adolescentes.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM AQUELA CRIANÇA QUE ERA DÓCIL, ORGANIZADA E SEMPRE ESTAVA POR PERTO?
Está no quarto e no celular.
Primeiro é importante aceitarmos que, dos 11 aos 18 anos, é um período em que acontece uma revolução química e neurológica, no cérebro de nossos filhos, além de uma grande enxurrada hormonal, que interfere grandemente no humor e desejos.
A pesquisadora Suzana Herculano Houzel, neurocientista, que se dedicou a estudar o cérebro dos adolescentes, revela que é um período necessário e desejável da vida. Que é um período em que acontece a lapidação, refinamento e amadurecimento do cérebro e não apenas uma enxurrada de “hormônios’, como se pensava até pouco tempo. Muitas das conexões que foram feitas na infância serão descartadas e outras se criarão e serão fortalecidas. É a fase em que o cérebro faz uma seleção de quais conhecimentos, relações e conexões irão se consolidar e, ajudar a formar o caráter direcionando as atitudes deste jovem.
Por exames de imagem, cientistas descobriram que a maturação do cérebro, na adolescência, não se dá de forma homogênea e que a última região a amadurecer é o córtex pré-frontal, que é a região onde se processa o comportamento do adulto, como planejamento, concentração, inibição de impulsos e empatia. Por esta razão que a adolescência é um período em que há tantos conflitos nas famílias e os pais não sabem como agir.
Outra mudança importante ocorre no sistema de recompensa. O que antes era uma premiação pelo atendimento das regras, já não causa mais satisfação ou prazer. Nesta fase em que a produção de dopamina é menor, para sentir prazer é necessário atividades que gerem novas experiências e grandes desafios. O isolamento acontece para que o jovem viva intensamente suas novas fantasias e um mundo irreal, que satisfaz o seu ego. As atitudes de risco são mais intensas e é um período muito propenso para a iniciação do uso de drogas e de álcool.
Eis a necessidade de pais presentes e atentos aos sinais.
E AGORA, COMO MÃE E PAI, O QUE FAÇO PARA AJUDAR MEUS FILHOS A PASSAREM POR ESTA FASE DE DESENVOLVIMENTO?
A regra para ajudar seu filho é simples: LIMITES BEM DEFINIDOS, TENDO COMO BASE O FORTALECIMENTO DO DIÁLOGO E DA CONFIANÇA.
Mas como os progenitores conseguem realizar esta ajuda, que parece simples para executar
mas difícil de conquistar?
Vamos lá! A primeira coisa é fazer uma reflexão sobre que tipo de comportamento que você, como mãe e pai, tem no cotidiano ao chegar em casa, após o trabalho ou quando deveria ocorrer a interação entre todos os membros da família. O que presenciamos hoje são pais e mães o tempo todo ligados ao celular, as vezes pelo trabalho, mas na maioria das vezes nas redes sociais ou vendo vídeos. Pais que pagam a melhor escola, mas não perguntam o que o filho está aprendendo, quais as dificuldades e que não valoriza o sucesso conquistado. Como você vai exigir um comportamento diferenciado dos adolescentes? Saia da condição de crítico e de orientador oral para a condição de exemplo e de elemento integrador, fortalecendo valores, compartilhando as atividades de organização do ambiente familiar e se interessando pelas conquistas e derrotas dos filhos.
Também é importante que os pais, emprestem seu córtex frontal para seus filhos adolescentes. Como assim? Os adolescentes ainda não conseguem planejar a longo prazo e nem dimensionar riscos de suas ações, por isso é indispensável, que os adultos façam esta parte no dia a dia, servindo de reguladores e alertadores dos perigos de certas atitudes. Por exemplo, um jovem não dimensiona o risco e as consequências de dirigir sem habilitação e em alta velocidade. Portanto, cabe aos pais, o dever de não permitir que este corra o risco de se tornar um deficiente físico, por causa de um acidente, ou um assassino sem a intensão de matar.
Fica a dica para vocês pais: Analise teu comportamento como filho, esposo, pai e, principalmente como ser humano. Redefina seus interesses, reveja os valores que estão subentendidos em suas atitudes e procure, com seus filhos, manter um relacionamento de ouvinte, argumentador e por fim, que impõe limites e indica o melhor caminho.
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